sábado, 2 de agosto de 2008

O inofensivo filhote.

Em um final de sábado, eu voltava de uma visita as minhas tias, que residem em um bairro próximo ao meu.
Em uma das paradas do coletivo, uma mulher adentra ao ônibus com um apanhado de tecidos em suas mãos.
Eu cochichei com minha mãe:
- Que bonitinho, é um cachorrinho!!!
Minha mãe respondeu:
- Não percebi!!!
Lá para as tantas, o condutor parou o coletivo e disse:
- Tem alguém aí que está com um cachorro?
Os passageiros do ônibus se olharam sem entender o porque daquela pergunta.
A mulher lá no fundo do ônibus se pronunciou, dizendo que estava errada, mas ela tinha que fazer aquela doação, caso contrário, o filhotinho ficaria na rua.
O cobrador e o motorista explicaram que por lei, animais não podem ser transportados em coletivos, isso poderia “sujar” eles. Mas se nenhum passageiro reclamasse, o motorista seguiria a viagem, fingindo não ter visto nada.
Eles ainda explicaram que lá na frente tinha uma senhorita que viu o cachorro e estava reclamando.
O motorista seguiu a viagem, mas logo foi obrigado a parar novamente, por causa de uma gritaria, que ocorria dentro do coletivo.
Era uma senhora mandando a senhorita reclamante calar a boca, pois ela estava “latindo” mais do que o cachorro.
As duas estavam a ponto de trocar tapas dentro do ônibus. Era uma defendendo o filhote e outra que queria vê-lo fora do ônibus.
A reclamante ameaçava ligar para a fiscalização para dizer que o motorista e o cobrador estavam transportando um animal.
Tudo isso por causa de um filhote sem teto e sua doadora, que continuavam quietinhos no ônibus.
Para não prejudicar o motorista e o cobrador, o filhotinho e a mocinha desceram do coletivo antes de chegarem ao destino desejado.
Porque será que nos incomodamos com filhotes inofensivos e deixamos os cachorros grandes soltos por aí.

Um comentário:

Márcio Ahimsa disse...

Porque será né, minha amiga?

Bela reflexão acerca dessas idiotices humanas que nos fazem bem menos que os pobres aninais, que nada sabem de estupidez.

Beijos.