sexta-feira, 22 de julho de 2011

Medo de ser feliz

Era tão medroso. Tinha medo de não agradar a família, medo de executar suas tarefas no trabalho.

Os amigos de trabalho sempre o chamavam para tomar uma cervejinha após o longo e cansativo dia de trabalho e ele nunca ia, por medo de não conseguir acordar cedo no dia seguinte.

Passeios radicais, nem pensar. E o medo de cair, quebrar a perna, o braço, o nariz.

Medo de tomar sol e ficar com manchas na pele. Medo de sair na chuva e ficar doente.

Não comprava roupas novas, por ter medo de lhe faltar dinheiro no dia de amanhã. Não comia em restaurantes por medo de ter uma intoxicação alimentar. Não dançava por medo de o acharem ridículo. Não ria, pois tinha receio que o achassem bobo.

Eram tantos os medos.

Hoje ele chegou aos sessenta anos de idade e tem medo de morrer sozinho.

Um comentário:

Márcio Ahimsa disse...

Por medo, não vemos o sol brilhar no nosso quintal, quando damos por isso, o sol já se pôs faz tempo...

Beijo Ká.